Syngenta Group Ventures aposta em estratégia ampla para crescer

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Com um portfólio atualmente de 22 agtechs investidas, herdadas de dez anos de aportes da suíça Syngenta, o Syngenta Group Ventures promete ganhar ainda mais tração depois da criação da holding que lhe dá nome. O Syngenta Group foi formado no ano passado, pela união dos ativos da Syngenta com os das áreas agrícolas das chinesas ChemChina e Sinochem e da israelense Adama.

Mark Brooks, gerente de investimentos do Syngenta Group Ventures, falou ao AgTech Garage News sobre o foco dos investimentos do conglomerado, bastante diversificados. No portfólio, a companhia já tem do marketplace argentino Agrofy a foodtechs como a americana Myco Technology, que encontrou nas propriedades naturais de cogumelos uma forma de reduzir a presença de toxinas em alimentos, bebidas e suplementos e torná-los mais nutritivos.

Mark Brooks, diretor de investimentos do Syngenta Group Ventures

AgTech Garage News: Em que tipo de startup a Syngenta opta por investir como CVC?

Mark Brooks: Investimos em uma variedade de agtechs e foodtechs. Elas podem estar próximas do core business da Syngenta  por exemplo, serem estratégicas para sementes ou agroquímicos  ou adjacentes, estando mais perto do consumidor. Queremos ajudar a inaugurar o futuro da agricultura sustentável, ajudar os agricultores a terem uma vida melhor, a tornar a agricultura parte da solução para lidar com as mudanças climáticas. Queremos ajudar a aumentar o acesso a alimentos seguros e nutritivos e reduzir o desperdício em toda a cadeia de abastecimento.

AgTech Garage News: Qual a maturidade das startups em que investem?

Mark Brooks: Normalmente, investimos em negócios em estágio para Série A ou B. Nessa fase, as empresas geralmente já provaram uma adequação do seu produto ou de sua plataforma tecnológica ao mercado, têm alguma receita e precisam de capital para escalar ou acessar mercados para seu crescimento.

AgTech Garage News: O Syngenta Group continua a investir via fundos de terceiros também? Por quê?

Mark Brooks: Sim. Entramos como parceiros minoritários em outros fundos como uma forma de obtermos acesso ao fluxo de negócios em outras geografias ou mercados. Sempre ajuda ter outro par de olhos em busca de grandes empresas.

AgTech Garage News: Quantas agtechs o Syngenta Group Ventures tem hoje no portfólio? Qual costuma ser o tamanho dos cheques das investidas?

Mark Brooks: Desde 2009, o Syngenta Group Ventures investiu em mais de 25 empresas, um valor de cerca de US$ 120 milhões.

AgTech Garage News: O Syngenta Group Ventures está buscando novas oportunidades no agronegócio na América Latina? Em quais setores específicos?

Mark Brooks: Sim. Estamos interessados ​​em quase tudo que diga respeito ao agricultor ou a outros elos da cadeia de abastecimento alimentar. Isso pode incluir tecnologias digitais, fintechs, marketplaces e e-commerces, aplicativos de precisão e muito mais.

AgTech Garage News: Como o Syngenta Group avalia as oportunidades disponíveis na América Latina atualmente?

Mark Brooks: Trabalhamos em estreita colaboração com outros investidores e parceiros para entender as oportunidades emergentes, procurar empresas e avaliar as oportunidades de investimento.

AgTech Garage News: Quanto o grupo planeja investir em agtechs nos próximos anos? Em que região preferencialmente?

Mark Brooks: Somos investidores ativos e geograficamente agnósticos. Não temos um valor específico que pretendemos investir. O valor e o ritmo de nossos investimentos dependem do que vemos no mercado.